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O Dia do Senhor

O DIA DO SENHOR

Texto Áureo: Êxodo: 20. 8-11

Abordagem: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.”.

INTRODUÇÃO:

O ciclo de seis dias de trabalho e um de adoração e repouso, não obstante o legado da história dos hebreus tem, felizmente, prevalecido através de quase todo o mundo. De fato, o culto judeu e cristão encontra sua expressão concreta em um dia, a cada semana, no qual a adoração a Deus torna-se possível a mais significativa pela interrupção das atividades seculares.

Entretanto, se alguém observar a pressão que nossas instituições econômicas e industriais estão exercendo para obter a utilização máxima das instalações industriais – programando turnos de trabalho que ignoram qualquer feriado – é fácil compreender que o plano a nós transmitido de uma semana de sete dias, com seu dia de repouso e adoração, pode sofrer alterações radicais.

1 – CRISTO E O DIA DO SENHOR 

1.1 – A expressão dia do Senhor. A expressão “Dia do Senhor" – que primeiro aparece como uma incontestável designação cristã para o domingo próximo à parte final do segundo século, denota um dia que pertence exclusivamente ao “Senhor”. Já que o domingo tem sido tradicionalmente considerado por muitos cristãos como dia do qual Cristo é Senhor e que é consagrado a Ele, podemos muito bem começar nosso estudo analisando, a história e origem da observância do domingo verificando se Cristo antecipou a instituição de um novo dia de culto dedicado exclusivamente a Ele. E com isto, sabermos qual é verdadeiramente o dia do Senhor.

1.2 – As declarações de Cristo. As declarações de Cristo nos evangelhos não contêm a expressão “dia do senhor”. Os Sinóticos (Mat. 12:8; Mar.2:28; Luc. 6:5), entretanto, contém uma locução semelhante, a saber, “Senhor do Sábado”, uma frase usada por Cristo no fim de uma discussão com os fariseus sobre a questão de legítimas atividades sabáticas.

Considerando tais validades, devemos observar a atitude básica quanto ao sábado. Indo direto ao assunto, Cristo observou verdadeiramente o sábado ou quebrantou-o? Será então que Cristo planejou estabelecer os fundamentos para um novo dia de culto que eventualmente substituísse o sábado?

2– A TIPOLOGIA DO SÁBADO E SEU CUMPRIMENTO MESSIÂNICO

2.1 – A pregação de Jesus na sinagoga de Nazaré. Em um dia de sábado na inauguração de seu ministério público, Jesus dirige um sermão na sinagoga de Nazaré. Convém lembrar que no Evangelho de Lucas o ministério de Cristo não apenas começa no sábado – o dia que, de acordo com Lucas 4: 16, Cristo observava habitualmente – mas também, termina no “dia da preparação”, quando o sábado começava (Lc 23: 54). O ministério sabático de Jesus que provocou repetidas rejeições (Lc 4: 29; 13: 14, 31; 14: 1-6) parece ser apresentado por Lucas como um prelúdio da própria rejeição e sacrifício final de Cristo.

Em seu sermão de abertura Cristo refere-se a Isaías 61: 1-2 que diz: “Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. (Lc 4: 18,19).

Cristo está incumbido de proclamar o “ano aceitável do Senhor”, refere-se ao ano sabático (isto é, o sétimo ano) ou o ano do jubileu (ou seja, 50º ano após sete sábado de anos). Nessas instituições anuais o sábado vem a ser o libertador dos oprimidos da sociedade hebraica. A terra devia ficar sem cultivo, para produzir livremente para os pobres, os desapossados e os animais. Os escravos eram emancipados, se eles assim desejassem e os débitos dos irmãos eram perdoados. O ano do jubileu também requeria a restauração da propriedade ao proprietário original. Que no texto de Isaías, lido por Cristo na sinagoga de Nazaré, refere-se a estas instituições sabáticas. Está claro pelo contexto que fala da libertação dos “pobres, cativos, cegos e oprimidos”.

2.2 – A linguagem do ano sabático. O breve comentário de Cristo sobre a passagem bíblica que diz: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Luc. 4: 21), é muito apropriado. De acordo com o estudioso sobre o assunto P. K. Jewett sabiamente destaca, “o grande sábado do jubileu tornou-se uma realidade para todos os que estavam perdidos por causa de seus pecados, pela vinda do Messias e nele encontraram uma herança”.

Com isso, podemos dizer que Cristo identificou sua missão com o sábado para tornar este dia um adequado memorial de suas atividades redentoras.

2.3 – As bênçãos na observância sábado. Inerente à instituição do sábado está a certeza das bênçãos divinas – Deus abençoou o sétimo dia (Gên. 2:3; cf Êx. 20:11). A noção de benção do velho Testamento é concreta e expressa-se em vida plena e abundante. A benção do sábado na história da Criação (Gên. 2:3) segue a benção dos seres vivos (Gên. 1:22) e do homem (Gên. 1:28). Logo, exprime à derradeira e total benção de Deus sobre a completa e perfeita Criação (Gên. 1:31). Ao abençoar o sábado Deus promete ser o benfeitor do homem durante todo o curso da história humana.

As bênçãos o sábado na revelação da história da Redenção tornam-se mais especificamente associadas com os atos divinos da salvação. Por exemplo, na versão de Êxodo dos mandamentos Yahweh introduz-se como o misericordioso Redentor que tirou Israel de terra do Egito, da casa da servidão (Êxodo: 20:2). Para garantir esta recém-obtida liberdade a todos os membros da comunidade dos hebreus, o mandamento do sábado ordena que o descanso seja estendido a todos, incluindo até mesmo os animais (Êxodo. 20:10). Na versão de Deuteronômio do decálogo o tema da Redenção aparece não apenas no prefácio (Deuteronômio: 5:6) de todos os mandamentos (como em Êxodo: 20:1), mas também é explicitamente imediata do mandamento do sábado perante os israelitas e todas as gerações seguintes, a versão de Deuteronômio mostra o sábado fundamentado não no passado ato divino da Criação (como em Êxodo 20:1), que nem sempre trata das preocupações imediatas das pessoas, mas no divino ato da Redenção: “porque te lembrarás de que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão poderosa, e braço estendido: pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” (Deuteronômio. 5:15).

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que a função redentora do sábado era aparentemente entendida como uma prefiguração da missão do Messias. O livramento da dureza do trabalho nas desigualdades sociais que tanto o sábado semanal como o anual garantiam a todos os membros da comunidade dos hebreus era considerado uma prefiguração da completa redenção que o Messias um dia traria ao Seu povo. Por isso, permanece.


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